Tudo sobre o eclipse lunar de hoje!


Em seu ponto mais próximo da Terra, a Lua, que estará grande e luminosa, se vestirá de vermelho no final deste domingo (27) em um eclipse total, um fenômeno magnífico que só voltará a acontecer em 2033.

"As condições convergem para que seja um eclipse espetacular", garantiu o astrônomo Pascal Descamps, do Observatório de Paris, á Agência AFP. 

O eclipse total da Lua poderá ser observado durante mais de uma hora, com seu início às 21h12 (BRL), e tendo seu ápice às 23h11, quando virá a terminar na madrugada da segunda-feira. O fenômeno poderá ser visto do Oriente Médio até o Continente Americano, e o Brasil poderá presenciá-lo do início ao fim.


"Teremos um eclipse total por que a sombra da Terra engolirá toda a Lua", explicou à AFP Pascal Descamps. "A circunferência da sombra da Terra mede aproximadamente três vezes o tamanho aparente do nosso satélite natural", afirmou, podendo absorver a totalidade da Lua.

A Lua vai desaparecer do nosso campo de visão, privada dos raios solares, e reaparecerá pintada de vermelho, por isso, também é conhecida como "Lua sangrenta" ou "Lua de sangue".

O vermelho se deve a um fenômeno luminoso. É pela refração dos raios solares que atravessam a atmosfera, com exceção dos vermelhos. Estes últimos sofrerão outro fenômeno: a atmosfera os desviará e eles iluminarão a superfície lunar.


"É interessante por que a cor da Lua vai depender do estado da atmosfera terrestre. Se está carregada de partículas, devido, por exemplo, à poluição, os raios vermelhos também serão refratados e não alcançarão a Lua", explicou o astrônomo.

"Se o astro é vermelho sangue , podemos ficar tranquilos sobre o estado atmosférico da Terra. Se é muito escuro ou quase invisível, aí é porque é realmente catastrófico".

Como a Lua estará em seu ponto mais próximo do nosso planeta, o que se conhece como o perigeu, por isso ficara maior do que de costume e mais brilhante no céu. "Nos parecerá cerca de 14% maior e 30% mais iluminada", explicou Sam Lindsay, da Real Sociedade Astronômica de Londres.


O fenômeno, conhecido também como Superlua, está relacionado à órbita ligeiramente elíptica da Lua: o satélite gira ao redor da Terra, mas ele faz isso num círculo formando um ovo, que se afasta e se aproxima do nosso planeta de acordo com sua posição.

A última combinação de um eclipse lunar e uma Superlua remonta a 1982, segundo a NASA, e a próxima não ocorrerá antes de 2033. "Toda uma geração nunca viu esse fenômeno", disse Noah Petro, do projeto Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da NASA.

Os eclipses foram durante muito tempo objeto de especulações religiosas, mitológicas e simbólicas. "Ao longo da história, muitas culturas consideram os eclipses como sinais de tristeza ou desgraça", lembrou à AFP Noah Petro.


Cristovão Colombo, que tinha um calendário de eclipses, se aproveitou dessas crenças para persuadir os habitantes da Jamaica. Para conseguir mais comida, ameaçou os indígenas dizendo que faria a Lua desaparecer durante a noite de 29 de fevereiro de 1504. "Quando os jamaicanos pediram a ele que a Lua voltasse, pediu mais comida em troca e conseguiu", contou o cientista.

Neste final de semana não há o que temer. Nem mesmo nossos olhos. Os eclipses lunares não apresentam risco algum, ao contrário dos solares. "Não é como olhar para o Sol", garantiu Sam Lindsay. "Dá para usar binóculos, telescópios, tudo o que for necessário".

"É um espetáculo para todo mundo, é gratuito. Basta colocar a cabeça para fora", concluiu Pascal Descamps.


Segundo Cassio Barbosa, bastam céu limpo e horizonte aberto para que o espetáculo esteja garantido. "Esse é um dos eventos astronômicos em que não é preciso nenhum tipo de equipamento. Basta que o céu esteja limpo e que você possa ver a lua no céu. Claro que a festa fica ainda melhor se houver uma luneta ou um telescópio disponível. Nesse caso dá para ver a sombra da Terra percorrendo a supefície lunar, cobrindo as crateras, vales e montanhas conforme a Lua e a Terra se movimentam", afirma o astrônomo.

Ele recomenda o uso de uma cadeira de praia ou espreguiçadeira para que as observações sejam mais confortáveis.

Se chover, é possível acompanhar o eclipse pela internet. Vários sites farão transmissão ao vivo do evento. Um deles é o aplicativo Astro do Observatório Nacional. Acesse aqui.

Fonte: Globo.com

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